Francisco Antônio de Oliveira
Mais uma vez estamos vivenciando o problema da falta de água, pois ainda não existem estratégia para se conviver com a seca, um problema secular, mas que não é inédito, nem exclusivo do Nordeste brasileiro. Ocorre com frequência, apresenta uma relativa periodicidade e pode ser previsto com certa antecedência. As secas são conhecidas, no Brasil, desde o século XVI.
Após quatro séculos, o Nordeste continua sendo atingido pela seca e os governos continuam assistindo o flagelo que ela traz, de forma imparcial e inerte. Quando agem, usam o assistencialismo como moeda de troca. Afinal, socorrer os sertanejos traz rendimentos políticos. As ações não vão de encontro ao problema da seca, uma vez que são de curta duração e só remediam as consequências, sem combater suas causas.
Para justifica a falta de empenho para o problema e garantir os interesses político-partidários, é propagado que o problema da estiagem é responsabilidade de Deus, mais precisamente a vontade de Deus. Ingênuo e inculto, o matuto acredita nessa blasfêmia.
Para contradizer os políticos, basta saber que em Israel, por exemplo, a quantidade de chuva é bem menor que a nossa, no entanto, há produção agrícola e controle no fornecimento de água.
As alternativas de produção existem e não são implementadas porque os administradores públicos não são sensíveis às necessidades do povo.
Eles precisam ter uma visão de empreendedorismo capaz de desenvolver nossa região e reduzir a miséria de forma concreta. Mas tudo isso requer vontade política para definir ações estruturadoras no Semiárido. E isso tem faltado porque concretizá-la significa contrariar interesses, muitas vezes situados na base de apoio parlamentar dos governos.
Francisco Antônio de Oliveira
Administrador público
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