
Créditos: Giselle Garcia/ Agência Brasil
Cidadãos e residentes que comprovam pelo menos três anos de residência e contribuições regulares para a seguridade social têm direito a auxílios
A influenciadora dinamarquesa Frederikke Palmgren, conhecida como Fefe Life (@thefefelife), causou repercussão ao comparar os sistemas de apoio governamental da Dinamarca e do Brasil. Em uma postagem recente, ela destacou a diferença de percepção sobre o papel do governo em ambos os países, enfatizando como o sistema dinamarquês é amplamente aceito e celebrado.
Na Dinamarca, Fefe Life observa que o apoio social é visto como algo natural. "Se você tem um filho, automaticamente recebe dinheiro. Se tem mais filhos, recebe mais. Se é solteiro, também tem apoio. Isso não é visto como algo negativo", afirmou.
Na Dinamarca, o sistema de bem-estar social garante que todos os cidadãos e residentes tenham acesso a serviços essenciais, como saúde e apoio a famílias. Cidadãos e residentes que comprovam pelo menos três anos de residência e contribuições regulares para a seguridade social têm direito a esses auxílios. O país adota uma abordagem inclusiva, mas com requisitos específicos para garantir que os benefícios sejam direcionados a quem realmente precisa, com foco na equidade e na sustentabilidade do sistema.
Surpresa com a resistência no Brasil
Fefe Life, que já morou no Rio de Janeiro e aprendeu português, viralizou ao compartilhar como a experiência no Brasil mudou sua vida. A funkeira de 34 anos, que se apaixonou pela cultura brasileira, também ficou surpresa com a resistência entre brasileiros a programas sociais como o "Minha Casa, Minha Vida". "Fiquei surpresa ao saber que algumas pessoas, até da minha própria família, acham que isso não é bom", comentou.
Para ela, "o apoio do governo é essencial e deve ser visto como uma forma de garantir o bem-estar social e a inclusão". Fefe Life destacou que o modelo dinamarquês é motivo de orgulho, pois proporciona acesso universal à educação, saúde e segurança, criando uma rede de segurança para todos. Esse sistema permite que as pessoas se concentrem em seus objetivos sem preocupações financeiras, contribuindo para uma sociedade mais justa e igualitária.
Embora a Dinamarca não adote uma Renda Básica Universal (RBU), seu modelo de bem-estar social compartilha semelhanças com a proposta do ex-deputado Eduardo Suplicy, que defende a implementação de uma renda mínima para garantir a dignidade e a segurança financeira para todos os cidadãos. Assim como a ideia de Suplicy, o sistema dinamarquês oferece uma rede robusta de apoio que inclui assistência médica, benefícios para desempregados, pensões por invalidez e apoios à família, entre outros.
Confira abaixo as diferenças e semelhanças entre os modelos de Estado de Bem-Estar Social do Brasil e da Dinamarca:
Modelo de Estado
Dinamarca
Estado de bem-estar universal: todos têm acesso aos serviços públicos.
Financiado por impostos altos e progressivos.
Foco na igualdade e inclusão social.
Brasil
Estado de bem-estar segmentado: benefícios focados em populações vulneráveis.
Financiamento por impostos indiretos e regressivos.
Foco na redução da pobreza extrema.
Programas de Renda e Assistência
Dinamarca
Seguro-desemprego generoso via “A-kasse”, com apoio à requalificação.
Aposentadoria pública universal com complementos privados.
Bolsa mensal para estudantes (SU).
Subsídio infantil para todas as famílias com filhos.
Assistência social (kontanthjælp) para quem não tem renda.
Moradia pública com aluguel subsidiado.
Brasil
Seguro-desemprego com valor fixo.
Aposentadoria pelo INSS, com regras variáveis.
Bolsa permanência restrita a estudantes vulneráveis.
Auxílio criança via Bolsa Família, condicionado à renda.
Benefício de Prestação Continuada (BPC) para idosos e deficientes.
Programas como Minha Casa Minha Vida (Subsídio à moradia).
Saúde e Educação
Dinamarca
Sistema de saúde gratuito e universal.
Educação gratuita até o ensino superior.
Creches subsidiadas para todas as famílias.
Brasil
SUS é universal
Educação gratuita
Creches públicas
Diferenças-chave
Dinamarca oferece benefícios universais;
Brasil foca em quem está em situação de pobreza.
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