Quem são os pobres no Brasil? Que políticas públicas podem afastá-los desse perfil de pobreza e desigualdade? O livro Reduzindo a Pobreza e a Desigualdade no Brasil, do economista Carlos Herrán, especialista em educação e pobreza do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), procura responder a essas questões. Um dos diferenciais do livro é o foco nas famílias. Ao contrário de outras pesquisas que explicam a desigualdade com ênfase nas diferenças regionais, Herrán mostra que apenas um quarto da pobreza ocorre devido a aspectos relacionados à região, enquanto três quartos se devem às diferenças nas famílias (como emprego, educação e capacidade produtiva diferente).
Ao focar as famílias, Herrán não nega que fatores como raça influem no perfil da pobreza. Porém, não são necessariamente a causa. O que o estudo de Herrán enfatiza é que três quartos das diferenças em pobreza entre raças explicam-se por diferenças em educação. A probabilidade de ser pobre é de 50% entre famílias cujo chefe tem quatro ou menos anos de escolaridade, o que contrasta fortemente com 25% de probabilidade de pobreza se o chefe da família concluiu a oitava série, e só 1,6% de probabilidade de ser pobre se o chefe da família concluiu o ensino médio.
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